Esse mês comecei a ler um livro da Brené Brown que absolutamente todo profissional que ocupa uma posição de liderança (não necessariamente um cargo) deveria ler: Dare to Lead ou Coragem para Liderar. Pra quem não conhece, a Brené é uma pesquisadora acadêmica norte-americana com formação em Serviços Sociais e que teve seu trabalho sobre vergonha amplamente propagado em uma palestra do TED. Sua pesquisa sempre traz como foco aspectos humanos complexos como vulnerabilidade, coragem, vergonha e liderança.

No livro a Brené compartilha seus aprendizados sobre liderança e algumas técnicas & processos que ela usa em sua própria empresa. Uma metodologia em específico que ela usa se conecta de forma muito profunda com um grande desafio que estrategistas de diferentes áreas enfrentam na sua rotina de trabalho: a necessidade de acessar criatividade e inovação nos projetos ao mesmo tempo que assegura a executabilidade do que está propondo.

Normalmente a criatividade é vista como uma habilidade que se contrapõe à execução. E em reuniões de projeto é comum vermos os profissionais mais criativos defendendo ideias disruptivas enquanto o time responsável pela execução da ideia tenta reprová-la listando todos os pontos complexos ou inviáveis para a sua realização. Em sua pesquisa, a Brené identificou que um bom líder precisa abraçar com fé a criatividade e a inovação, ao mesmo tempo que encara de forma sensata todos os fatos reais responsáveis pela validação das ideias disruptivas. Além disso, ele precisa ajudar o time inteiro a desenvolver esses dois pontos de vista diferentes, pois é através da união deles que conseguimos ter uma visão mais completa e menos enviesada da realidade e suas possibilidades.

Acredito muito no papel do estrategista como um líder de projeto, responsável por ajudar o time todo a alcançar o melhor resultado possível, ao mesmo tempo que atua como um intermediador das diferentes visões que cada profissional da equipe agrega ao projeto. Abraçar apenas a criatividade e o sonho é viver em uma realidade alternativa. Se ater apenas aos fatos concretos é ficar preso na realidade que existe hoje e deixar de construir um futuro possível e melhor.