5 Aprendizados do meu ano como Planejamento Estratégico Independente

No início de 2019, por questões pessoais, tomei a decisão de sair da agência em que estava trabalhando para atuar como planejamento estratégico e criativo de forma autônoma. Virei a tal da freela, consultora ou planner independente. São tantas opções de nomes que parecem significar a mesma coisa, mas isso já é assunto para um outro texto.

Antes de criar coragem para apertar o botão da mudança, passei por todos os processos corriqueiros adotados para tomadas de decisão. Lista de prós e contras. Projeção de cenários possíveis. Visualização, e por aí vai. Mas ao longo do ano, me deparei com uma questão que não havia previsto: uma rotina de trabalho pautada exclusivamente por concorrências. Essa sempre foi a principal dinâmica do nosso mercado, mas de repente virou minha única dinâmica de trabalho. Com prazos malucos, muita pressão e pouca informação compartilhada pelos clientes. Muitas vezes minha alma estratégica sofreu, por não poder fazer uso das ferramentas, dinâmicas e não ter acesso às informações importantes para o job. Mas foi uma jornada incrível, em que conheci pessoas inspiradoras, aprendi novos processos e pude trabalhar com marcas e produtos que admiro. Compartilho aqui alguns dos principais aprendizados que me ajudaram a subir a taxa de conversão de jobs para um percentual que nunca havia imaginado alcançar. Mais do que uma receita de bolo, espero que alguns deles possam inspirar ou simplesmente convidar você a refletir sobre os seus processos e aprendizados.

#1 A melhor estratégia é sempre a empatia.

Seja para trabalhar com um time que você não conhecia em um projeto importante, para encontrar consumer insights certeiros ou brilhar na hora do pitching. É a empatia que vai ajudar você a chegar lá. Eu amo um trabalho remoto, mas nessa hora, faz toda diferença estar junto de verdade para entender o ponto de vista do outro, alinhar a melhor dinâmica de trabalho para todos da equipe, se colocar no lugar do cliente e captar suas preocupações e desafios, entrar na pele do consumidor para conhecer o contexto da compra e do uso do produto.

#2 Pesquise como se você fosse o Gerente de Produto.

E nessa etapa vale tudo, porque toda informação agrega e pode levar a novos insights. Sondagem on-line. Entrevista em profundidade. Desk research. Invasão de cenário. Pesquisa comparativa. Análise do histórico de comunicação. Dar uma de cliente misterioso. O importate é estar aberto para todas as informações da categoria, da marca e do produto. Sejam elas positivas ou negativas. Ao longo do processo, vá organizando sua pesquisa, anotando insights, ideias mais táticas, fragmentos de texto e palavras-chave que podem ser usadas pela Criação ou na apresentação do projeto.

#3 Descomoditize o briefing.

Todo briefing tem solicitações ou entregáveis que são commodities. Pode ser uma pesquisa de PDV, uma ação tática específica ou determinada mídia e material. A commodity é algo que o cliente espera que todas as agências levem para atenderem minimamente ao briefing ou mostrarem conhecimento do mercado. Identifique quais são esses pontos e escolha sua estratégia: procurar uma solução inovadora para surpreender o cliente ou simplesmente atender esse ponto da forma mais sintética possível, assim sua apresentação não fica maçante e sobra mais tempo para você vender o que vai diferenciar a sua proposta dos concorrentes.

#4 Nem só de War Room vive uma boa estratégia.

Esse foi o meu aprendizado mais difícil e mais doído, porque durante muitos meses de trabalho eu vivi imersa em War Rooms, acreditando cegamente que esse seria o processo que me levaria sempre a alcançar o melhor resultado junto com o time. Mas olhando para trás, vejo que os melhores projetos tiveram o War Room apenas como parte do processo, e não como sua dinâmica central. Uma das partes mais importantes depois de dias mergulhadas no job com a equipe é sair desse processo. Parar de ter ideias e se cobrar respostas. Pensar só com a sua cabeça mesmo. E ser mais crítica, extremamente crítica, para analisar o que foi estruturado e encontrar as falhas que precisam ser aprimoradas.

#5 Identifique o ponto alto da sua proposta e suba ainda mais a régua.

Quando sua estratégia estiver estruturada e a Criação já tiver compartilhado os materiais iniciais, se pergunte: por que nós merecemos ganhar essa concorrência? Qual solução inovadora encontramos para o problema do cliente? É o conceito? A fudamentação estratégica? Um plano tático bem traçado e agressivo? Não importa o que seja, destaque esse ponto na sua apresentação para que ele brilhe aos olhos do cliente e o encante, tanto quanto encantou a você.

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